Dark Kitchen, o novo modelo do Food Service

Dark Kitchen, o novo modelo do Food Service

Franquias sem ciladas

Com operação apenas por delivery, este formato do Food Service não requer restaurante e tem sido aposta no Franchising, pelo seu baixo custo

Transformação, há alguns anos, é palavra de ordem em todos os setores. Inovação também é parte do dicionário dos negócios mundo a fora. Na atual conjuntura, com uma pandemia global, que parou diversas Economias e ser tornou a principal preocupação, gerando a dúvida de como viveremos daqui para frente, empresas que têm em suas bases estes dois vocábulos sempre estarão liderando e serão referências.

Quando pensamos que a mudança dos negócios chegou ao seu nível máximo, uma crise mundial nos mostra que a mente humana é capaz de evoluir sempre mais. E foi nesse contexto que surgiu o Dark Kitchen, ou cozinha fantasma, em português.

Essencialmente, este novo sistema opera apenas por aplicativos e delivery, com cozinhas que não precisam da estrutura de um restaurante para funcionar, uma vez que os pedidos são feitos de forma digital para viagem. De agora em diante, não será anormal encontrarmos um restaurante online, mas que não tenha uma estrutura física para atendimento ao consumidor.

A consultora e especialista em Franquias, Sueli Campos, garante que agora isso será um caminho a ser seguido. “Não tenho dúvidas que será tendência. O sistema foi pensado em agilidade e diversificação de ofertas de marcas e produtos, em regiões previamente estudadas pela operadora das Dark Kitchens no que tange a demanda.  A praticidade de iniciar em um prazo muito curto a operação é um grande diferencial para as marcas franqueadoras e, também, para aqueles que querem expandir o seu negócio próprio atingindo outras regiões, aumentando a sua participação no mercado”, afirma.

Dark Kitchen no franchising

Sueli diz que, no franchising, o Dark Kitchen cria um novo modelo dentro das redes. “Vejo como uma ótima oportunidade de se criar um novo modelo de negócio dentro do já existente. Um modelo com baixo custo de investimento, operando somente delivery e, acredite, tem muito mercado para isso, um novo canal de distribuição de entrega de seus produtos, aumentando o alcance da marca”.

Além disso, a consultora mostra que neste formato uma atividade começa de forma mais rápida. “Além do baixo custo de investimento, o Dark Kitchen permite iniciar a operação em um prazo curtíssimo de tempo, dado o formato que dispensa atendimento de consumo no balcão ou loja aberta. O espaço já vem com toda a infraestrutura básica pronta. Sem contar o contrato de locação, que é mais flexível se comparado com um espaço convencional. Nesta modalidade, a operação é praticamente imediata entrando somente com o layout e equipamentos em pistas quentes e frias, conforme descritivos da franqueadora. Em um espaço convencional, dependendo do formato e da metragem exigida para operação e atendimento ao público, leva-se meses para operar. Por fim, o payback do investimento neste sistema é acelerado e a única preocupação é com a produção”.

Redes de franquia e suas Dark Kitchens

Redes tradicionais de Franquias já aderiram a este novo conceito, inclusive utilizando-se de inovações, visando aumentar seus faturamentos e quantidade de unidades franqueadas.

O Divino Fogão, rede de comida típica da fazenda, firmou uma parceria com a Guersola Consultoria, importante hub de negócios do mercado de gastronomia, para implementar um projeto diferenciado de Dark Kitchen, buscando atrair empresas com experiência em alimentação, como lanchonetes, hotéis, buffets e restaurantes, que tenham interesse em trabalhar com alguns itens da marca. A ideia é que sejam aproveitados o tempo ocioso destas cozinhas para produzir pratos do Divino Fogão.

“As empresas com experiência em alimentação poderão utilizar seus espaços para preparar alguns de nossos pratos para delivery. O parceiro se tornará um licenciado Divino Fogão, o que traz a possibilidade de rentabilizar seus negócios, especialmente neste momento em que se ensaia uma retomada da economia”, afirma o presidente da marca e idealizador do projeto, Reinaldo Varela.

A rede oferecerá capacitaçãoem gestão e custos, treinamentosobre a elaboração dos pratos disponíveis neste modelo de Dark Kitchen, negociação junto aos fornecedores para que os parceiros comprem os insumos com preços diferenciados e tenham taxa vantajosa do iFood, exclusivamente para o modelo. “É uma oportunidade para que o proprietário de um estabelecimento ganhe mais com a estrutura existente, além de atuar com uma marca que é considerada uma das melhores das praças de alimentação do País”, enfatiza Varela. A expectativa é chegar a 600cozinhas parceiras até o final de 2021.

Para receber a licença do Divino Fogão, as cozinhas deverão atender ao padrão de qualidade da rede, além de terem disponibilidade de dedicação ao negócio. Como o modelo prevê a utilização da área existente, o investimento por parte do parceiro será de aproximadamente R$ 8 mil, com insumos e embalagens personalizadas da marca.

Já a L’Entrecôte de Paris vai apostar suaexpansão com base noDark Kitchen. Antes, a empresa sustentava o crescimento por meio de restaurantes convencionais, que exigem um aporte inicial de cerca de R$ 1 milhão, mas agora passou a focar no aumento, baseada no modelo de delivery, com investimento inicial entre R$ 100 mil e R$ 150 mil.

Desenvolvido, testado e aprimorado a partir de uma operação própria de Dark Kitchen em São Paulo, o formato de negócio tem custos operacionais reduzidos, já que o aluguel de uma loja tradicional em shopping chega a custar R$ 60 mil mensais, a locação de um espaço para a cozinha, apenas de entregas, fica em torno de R$ 3 mil.

E mesmo com os custos específicos dos sistemas de entregas, o retorno financeiro da operação acaba sendo atrativo para o investidor. “Entendemos que o delivery não deve ser tratado como um adicional. Ele é um modelo de negócio à parte, que merece atenção. Todas as marcas que conseguiram ter essa mentalidade têm sucesso”, finaliza o gerente geral do L’Entrecôte de Paris, Rodrigo Diotto.

Por Rafael Gmeiner
Editor do site Mundo das Franquias


Agência VitalCom
Rafael Gmeiner

Rafael Gmeiner

Jornalista, especialista em Produção de Conteúdo e Assessoria de Imprensa. Atualmente é CEO da Agência VitalCom e do site Mundo das Franquias. Há 20 atuando com Jornalismo e Comunicação, conta sua experiência com passagens por jornais impressos, televisão, rádio e sites, e acumula sete anos no segmento de Franquias

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