Com 3 filhas pequenas, casal de médicos abre franquia

O desejo de oferecer um ensino de qualidade para as filhas foi o motivador para conciliar a vida médica, paterna e a gestão da franquia de escola bilingue

Poucas profissões têm rotina mais intensa do que a medicina. Entre consultas, cirurgias, emergências e a necessidade constante de atualização profissional, sobra pouco tempo para se dedicar a outras coisas além do trabalho.

No entanto, a endocrinologista Melina Ramalho e seu marido Clauder, neurocirurgião, encontraram tempo em meio às obrigações profissionais e a criação de três filhas pequenas, com idades entre 4 e 9 anos, para abrir uma unidade da The Joy School, rede de franquia de escolas de ensino regular bilíngue.

A unidade, inaugurada no mês de janeiro em Vila Velha (ES), nasceu após o casal perceber uma boa oportunidade de negócio aliada ao desejo de oferecer um ensino de qualidade para as pequenas.

“Nossas filhas estudam em escolas bilíngue desde os dois anos de idade, pois entendemos que aprender um segundo idioma é essencial para sua formação. Comecei a estudar inglês com nove anos, e hoje minha mais velha já é fluente com essa idade”, revela Melina.

Contudo, apesar dos bons resultados com o idioma, os pais notaram um desequilíbrio no ensino, afinal a menina começou a apresentar dificuldades em disciplinas curriculares, especialmente matemática.

Essa constatação levou o casal a mudar as crianças para outra instituição em Vitória, a 40 minutos de distância.

“Antes elas estudavam ao lado de casa, mas o deslocamento para outra cidade passou a pesar em nossa rotina. Além disso, a nova escola não era bilíngue, apesar de ter aulas de inglês, e havia muita rotatividade de professores. Nossas filhas foram deixando de falar o idioma e então pensamos se as opções na região são tanto insuficientes, por que não investir em nossa própria escola?”, recorda a endocrinologista.

Até então, o casal tinha o sonho de empreender, mas resistia a abrir algo na área de medicina por conta de colegas que tiveram problemas com o modelo de aluguel de salas.

No entanto, a oportunidade de mercado identificada em Vila Velha, aliada às boas condições oferecidas pela The Joy School, convenceram o casal a apostar no segmento de ensino bilíngue.

“Chamou a atenção o fato de ser um modelo que oferece inglês sem prejudicar o ensino de português e das outras disciplinas curriculares. Mesmo sem experiência na área, descobrimos que seria possível criar uma escola de qualidade contratando uma boa coordenadora pedagógica e investindo em bons professores”, explica Melina.

Ensino de mãe para filha

Inaugurada em 8 de janeiro, a unidade de Vila Velha da The Joy School apresenta resultados surpreendentes, com 26 alunos matriculados em menos de dois meses de aulas. Um exemplo está na turma para 4 e 5 anos, que não costuma ser formada logo no primeiro ano da escola, mas foi criada para atender à alta demanda de alunos.

“Quando vimos que nossa filha mais nova iria perder a experiência das outras duas, decidimos adaptar nossas rotinas para criar a melhor escola possível para elas. Pegamos tudo aquilo que sentimos falta no passado e estamos tentando incluir. Um exemplo está no quartinho do sono, que a escola anterior resistia em criar, e nós implementamos desde o primeiro dia. Além disso, somos acolhedores e transparentes com os pais, facilitamos a comunicação e deixamos que eles participem da rotina escolar. Já estivemos no lugar deles e conhecemos suas aflições”, explica Melina.

Multiplicando o próprio tempo

Um dos grandes desafios para o casal viabilizar a parceria com a The Joy School foi encontrar espaço na agenda para administrar o negócio.

Para Clauder, a rotina de cirurgias e aulas que ministra em universidades dificulta, mas ele procura estar diariamente na escola ao final da tarde. Já no caso de Melina, o fato de a endocrinologia não envolver emergências facilitou a conciliação.

“Reduzi pela metade minha carga horária como médica para estar aqui sempre. Acredito que esse contato próximo é fundamental para garantir a qualidade e a organização. Estou cada vez mais apaixonada por essa função. Como mãe de aluna, sempre fui muito envolvida, colhia assinaturas, batia na porta da escola. Agora que estou nessa posição de tomar decisões, tenho a oportunidade de fazer tudo aquilo que sonhei e não consegui antes”, finaliza a médica empreendedora.