As relações entre as partes devem ser estabelecidas no cumprimento das obrigações contratuais, no entendimento e engajamento das equipes
Se, por um lado, a economia vive as taxas altas de juros, inflação, aumento da inadimplência, por outro, o mercado tem uma demanda reprimida para os produtos de varejo e de serviços.
As franquias bem estruturadas têm se mostrado resilientes aos impactos da economia, adaptando-se às novas situações, criando modelos de negócios. Durante, e nos pós-pandemia, elas buscaram reduzir seus custos, serem mais assertivas ao lidar com os consumidores, abraçaram os deliveries e adotaram a tecnologia, todos elementos-chave para superar os obstáculos e crescer.
Mas, os desafios para se estruturar um empreendimento bem-sucedido envolvem outros fatores, como mover e motivar as equipes para atuarem em mercados que estão em permanente transformação.
Igualmente importante é promover uma boa gestão das relações entre pessoas que integram o ecossistema, seja internamente, ou entre franqueados e franqueadores , para que os objetivos sejam alcançados.
Definir caminhos que poderão ajudar, não apenas a superar obstáculos, mas, principalmente, abrir caminhos para o crescimento, é fundamental e pode ter resultados muito positivos se estiverem embasados em um processo de aprendizado contínuo, assim como prega a filosofia japonesa do Kaizen.
Este processo, também definido como Lifelong Learning, pode ser desenvolvido nas franquias por meio de uma dinâmica de aprendizados, de treinamentos e ações para capacitações técnicas, de linguagens e engajamentos contínuos.
Manter encontros regularmente entre o franqueado e o franqueador, discutindo temas e aumentando os conhecimentos no setor, por exemplo, é um meio de se compartilhar e estimular o conhecimento.
Novos conteúdos podem ser apresentados a cada semana, e, em minha experiência, eles devem estar assentados em quatro pilares: o técnico, o comportamental, o motivacional e o de saúde mental.
São aspectos que estão interrelacionados e voltados tanto aos objetivos tanto do empreendedor quanto de seus colaboradores, que se sentirão mais integrados e engajados em uma visão comum sobre como crescer com qualidade, satisfação e felicidade no âmbito interno da organização.
Assim como no mundo corporativo, onde parte do sucesso dos profissionais é determinada pela forma como eles se relacionam com as corporações e se estão felizes em trabalhar nelas, o setor de franquias também requer uma importante sintonia entre franqueados, seus colaboradores e franqueados, para que todos se sintam felizes em fazer parte do empreendimento e seja possível alcançar o sucesso na gestão do negócio e nas relações de trabalho.
As dinâmicas estruturadas nesses quatro pilares contribuem para se buscar novas formas de agir, pensar e reagir, que ampliarão a visão de novos caminhos e levarão a soluções inéditas ou inovadoras.
Programas de treinamento que geram reflexões sobre a vida pessoal e o que se pode fazer para mudar, por exemplo, também permitem vivenciar situações que potencializam o aprendizado e a mudança.
Sem dúvida, no mundo das franquias, as relações entre as partes devem se estabelecer não apenas no cumprimento das obrigações contratuais ou no cumprimento das metas de vendas, mas também no nível de entendimento e engajamento das equipes de todas as partes, para que a máquina das franquias possa girar positivamente.
E esse trabalho começa dentro da sua empresa, seja você um franqueado ou franqueador.
Jean Patrick
Master coach e treinador comportamental, CEO e founder head coach do Instituto Jean Patrick.