Mundo das Franquias

Especialista explica como e por que o setor é positivo na cidade do Alto Tiete, gerando concorrência acirrada e mais empregos

A cidade de Mogi das Cruzes, no Alto Tiête, Região Metropolitana de São Paulo, tem crescido bastante nos últimos anos. Para se ter ideia, de acordo com o último censo do IBGE realizado em 2021, o município registrou 455.587 habitantes, ante 387.779 em 2020.

Além disso, segundo os dados da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), vinculada ao Ministério da Economia, Mogi é a 26.ª cidade no ranking nacional do Índice de Cidades Empreendedoras, sendo a melhor para empreender no Alto Tietê e ainda à frente de 18 capitais, como Recife, Goiânia, Palmas, Campo Grande, Fortaleza, Cuiabá, Aracaju, Salvador e Manaus.

Desde 2018 a cidade conta com a Escola de Empreendedorismo e Inovação, da Secretaria Municipal de Educação, que oferece diversos cursos para quem quer empreender.

O diretor de Inovação da Prefeitura de Mogi das Cruzes, coordenador do Polo Digital e cofundador do Alto Tiete Valley, Rodrigo Garzi, explicou por que o munícipio vem atingindo esta evolução nos negócios.

“Mogi das Cruzes é uma cidade com características naturais, como área territorial e localização, que fazem a atividade econômica ser bastante diversificada nos principais setores, como agronegócio, indústria, construção civil, comércio e, principalmente, serviços, representando praticamente 50% dos postos de trabalho”, comenta.

Contudo, o especialista aponta que as ofertas de trabalho estão a abaixo do esperado. “Mesmo com essa característica, o percentual da população economicamente ativa ainda é baixo e está na casa dos 26%, enquanto cidades do mesmo porte podem chegar aos 40%. Com uma leitura mais profunda dos dados econômicos, percebe-se que a geração de empregos na cidade é uma necessidade prioritária para o desenvolvimento econômico”, alerta Garzi.

Setor de franquias é o fiel da balança

E mesmo com estes dados abaixo do esperado, Rodrigo sinaliza que ainda há muitas possibilidades para a mudança das ofertas de emprego na cidade, inclusive por meio do setor de franquias, que vem expandindo localmente.

Segundo os dados do relatório de desempenho da ABF (Associação Brasileira de Franchising), a região do Alto Tiete registrou no 1° trimestre de 2021 aumento de 13% no número de redes e de 6% no número de unidades, saltando de 274 para 310 e de 744 para 789, respectivamente.

“Nesse cenário, as franquias são grandes alternativas para uma geração de emprego rápida, pois por meio dos modelos de negócios já consolidados, não demoram para gerar novos postos de trabalho e oferecer mais oportunidade para que o recurso financeiro dos mogianos circule dentro da cidade, aquecendo a economia local”, afirma o especialista.

Competitividade de mercado

Rodrigo, como especialista em competitividade, fala que a expansão das redes de franquias é extremamente positiva para a economia da região.

“A verdadeira identidade de cada empresa vai muito além de marca, do nome, do logotipo. Está ligada principalmente em seu diferencial de mercado, na sua essência, na sua forma de fazer gestão e na sua cultura. Converso com empreendedores que estão buscando o product market fit (ajuste do produto ao mercado); ou ainda em fase anterior de product discovery (estudo sobre produtos em um mercado), que sabem que ter concorrentes é algo positivo, pois pode ser um indicativo sobre o aquecimento do mercado. O concorrente não é um inimigo e ele, muito provavelmente, passa pelos mesmos desafios do mercado”, orienta Garzi.

E muito além disso, para ele o setor de franquias deve ser referência de desempenho no mercado local. “As franquias, que geralmente possuem estruturas profissionais no back office (retaguarda) e colhem feedbacks das diferentes praças, que inclusive podem retornar em forma de inovação em seus negócios, se tornam grandes referências, devem servir de benchmark e são ótimos termômetros do mercado”, ressalta.

Setor de franquia ensina o mercado local

A forma como uma rede de franquia entra ou expande em uma cidade, tem como base as pesquisas realizadas pela franqueadora para corroborar que o local é vantajoso para a marca.

“Quando uma nova franquia se instala em uma cidade, podemos tirar algumas lições logo de cara. O primeiro sinal claro é de que existe potencial naquele mercado e que existe um público pronto para aquele produto ou serviço, considerando que algum estudo de mercado foi realizado, baseado nos dados macroeconômicos da região”, diz Garzi.

E ele complementa. “Outra contribuição que a instalação de uma franquia traz para a região é a de educação do mercado vai aos poucos moldando a cultura do consumidor, fazendo com que eventuais barreiras de consumo sejam superadas”.

Além do mais, Rodrigo mostra outro fator positivo sobre a entrada de franquias na cidade, que está diretamente relacionado com o crescimento econômico e de empregos. “Preciso destacar também que algumas marcas podem desenvolver suas próprias redes de fornecedores e prestadores de serviços locais, entregando o mesmo padrão de qualidade exigido pelas franqueadoras. Isso aumenta a oferta e demanda, bem como a possibilidade d novos empregos”.

Por fim, o especialista atesta que no fim de tudo, a abertura de franquias agrega muitos pontos positivos para o município e para a população.

“No Brasil, abrir uma empresa é complexo e o franchising vem para facilitar este processo, com procedimentos estabelecidos, como contratação de mão de obra e fornecedores, com melhor definição sobre a entrega de valor para os clientes, com marketing estratégico ativo, atendimento direcionado para o sucesso do cliente, área comercial que entende do mercado, etc. As empresas do setor já foram pensadas, testadas e existe uma equipe pronta para ensinar ao potencial investidor a aplicá-las no negócio e no dia a dia. Ter uma estrutura pronta para apoiar nas decisões, na minha opinião, é o melhor benefício para quem procura investir em uma franquia”, finaliza Rodrigo. 

Por Rafael Gmeiner
Editor do site Mundo das Franquias