O especialista em franchising, Carlos Diego Oliveira, diz que analisar o retorno de investimento envolve, inclusive, o capital de giro
Em outubro de 2020 lançamos aqui no Mundo das Franquias a editoria Educa Franchising, que tem como objetivo auxiliar investidores e franqueados a entenderem melhor alguns detalhes nos negócios de franchising. Na primeira matéria falamos sobre payback, ou retorno do investimento, de forma mais simplista para que os leitores entendam o que é e como calcular.
Contudo, o payback vai muito mais além. Por conta disso batemos um papo com o especialista em franquias e CEO da Go2 Franquias, Carlos Diego Oliveira, para entendermos a fundamental importância sobre conhecer e calcular, com detalhes, o ROI (Retorno sobre o Investimento).
“O Retorno de Investimento é colocado na franquia, como um todo. O que muitas pessoas têm dificuldade é de calcular esse investimento e qual o valor dele completo. Há muita gente que coloca somente valores para abrir a franquia, como instalações, equipamentos, obras, esse tipo de coisa. Mas o que o investidor tem que saber é que ele tem que colocar todo o valor que vai neste projeto, inclusive o capital de giro. Assim como também é preciso incluir nesta conta a taxa de franquia, pois também é um investimento”, orienta Carlos Diego.
O especialista ainda reforça a importância sobre adicionar à esta soma, o capital de giro, que muitas vezes se perde por não ser calculado corretamente no payback. “O capital de giro serve para fazer o negócio acontecer e muitos franqueados acham que está lá apenas para quando precisarem, sem conta-lo como investimento. Assim, este dinheiro vai embora, em especial no início da operação, que ainda não atingiu o seu ponto de equilíbrio”, esclarece Diego.
O executivo ressalta a importância em ter esta conta perfeitamente calculada. “O candidato a franqueado precisa ter esta conta na média da rede, para ver como ela se comporta e poder comparar com o que o franqueador apresenta nos materiais de franquias e na ABF. É preciso ver se todo este investimento está estipulado, e de maneira separada, na COF. Também é necessário que o investidor converse com os franqueados da rede, para saber se eles têm atingido a curva de faturamento e lucratividade e, consequentemente, tenham alcançado o prazo do retorno de investimento. Isso é muito importante para que o candidato tenha noção do payback”, afirma.
Por fim, Diego aponta que o cálculo do retorno tem relação direta com o período do contrato. “Em algumas redes, por terem investimento muito alto e lucratividade média ou baixa, muitas vezes, o retorno de investimento fica muito distante. É fundamental que o candidato à franquia faça esta conta para que ele também possa comparar com o tempo que ele ficará como franqueado. Mesmo que haja cláusula de renovação de contrato, ele tem que saber que há um prazo que, no geral, é de cinco anos. Então, se você tem uma franquia com investimento muito alto e possibilidade de retornar este investimento com prazo muito estendido, como exemplo, em quatro anos, na prática o franqueado ganhará dinheiro apenas por um ano. Esta conta ajuda, inclusive, na negociação da aquisição da franquia”, completa.
Por Rafael Gmeiner
Editor do site Mundo das Franquias