Franchising segue em recuperação no início de 2022

Franchising segue em recuperação no início de 2022

Levantamento da ABF revela crescimento de 8,8%, nos primeiros três meses do ano e que o franchising cresceu 13,9% no acumulado de 12 meses

A Pesquisa de Desempenho realizada pela ABF (Associação Brasileira de Franchising), demonstra que, no 1º trimestre de 2022, o franchising permaneceu em ritmo de recuperação, atento aos desafios de um ambiente macroeconômico com inflação e juros em alta. Este é o quarto trimestre seguido de alta do setor.

O estudo apontou que as redes de franquias cresceram 8,8% em faturamento entre janeiro e março deste, com uma receita que passou de mais de R$ 39 bilhões para R$ 43,380 bilhões. Na comparação com o 1º tri de 2020, quando o faturamento registrado foi de R$ 41,537 bilhões, o avanço foi de 4,4%.

Já quanto à receita das franquias no período acumulado de 12 meses, o crescimento foi ainda maior, com uma variação de 13,9% e um faturamento que foi de R$ 165,530 bilhões para R$ 188,568 bilhões, patamar equivalente ao período pré-pandemia. 

Esse desempenho foi alavancado pela retomada das atividades presenciais (tanto no trabalho, como no convívio social) e de hábitos dos consumidores, uma recuperação mais forte na área de serviços e a manutenção dos bons resultados dos canais digitais.

O presidente da ABF, André Friedheim, disse que o setor de franquias se fortaleceu ainda mais e segue um caminho para ambientes de negócios cada vez mais híbridos, com forte interligação entre online e offline, podendo abrir novos caminhos para o franchsing.

“Completamos quatro trimestres consecutivos de crescimento, o que consolida uma curva robusta de recuperação. Além da melhora do quadro econômico geral, a gradual retomada das atividades presenciais tem se refletido de forma positiva no setor, principalmente, nas atividades mais associadas aos pontos físicos de venda e experiências. Mas as vendas digitais continuam apresentando bom desempenho mostrando que as lições da pandemia com a digitalização de canais e processos se mantém”, afirmou André.

A inflação e o aumento da taxa de juros continuam a ser pontos de atenção para as franquias. A pesquisa do balanço do setor de 2021 já apontava que 67% das marcas afirmaram ter repassado o impacto da inflação através do ajuste de preços, mas na média de apenas 30% do impacto total recebido. Readequação das operações (58%) e troca de fornecedores (44%) foram outras medidas tomadas para administrar os reflexos da inflação.

“Neste sentido, as redes continuam a buscar formas de mitigar esses impactos, principalmente, com a revisão e digitalização de processos, substituição e renegociação com fornecedores e ganhos de eficiência”, ressalta o presidente da ABF.

O levantamento aponta, ainda, que as redes de franquia mantiveram seus planos de expansão. A variação no primeiro trimestre de 2022 representou um acréscimo de 2.771 unidades no País, totalizando 173.770 operações, com aumento percentual de 4%, ou seja, 0,7% superior ao ano passado.

Em relação ao total de empregos do setor, manteve-se também a curva de crescimento. Segundo a pesquisa da ABF, o número de trabalhadores registrados chegou a 1.417.529, com variação positiva de 9% em relação ao primeiro trimestre de 2021.

Crescimento de todos os segmentos

O balanço também indicou um crescimento da receita em todos os 12 segmentos elencados pela entidade. Os que registraram melhor desempenho no faturamento foram, Moda, com um crescimento de 13,5%, beneficiado pela retomado do trabalho, eventos presenciais e do consequente aumento de movimentação nos shopping centers e outros locais de grande circulação de pessoas; Saúde, Beleza e Bem-Estar, com 13,4%; e Casa e Construção, com 9,3%, estes dois mantiveram o bom desempenho registrado mesmo durante a fase mais crítica da pandemia; seguidos por Alimentação/Food service, com 9,1%; e Alimentação/Comércio e Distribuição, com 7%, também beneficiados com o arrefecimento das medidas de distanciamento social e a digitalização dos negócios.

Destacam-se neste cenário os nichos de Hotelaria e Turismo, em primeiro lugar, com faturamento 51,5% maior; Entretenimento e Lazer, em segundo lugar, com 31%, que demonstraram forte recuperação após a reabertura do comércio; Moda, em terceiro, com 21%; Alimentação/Comércio e Distribuição, com 14,5%; Casa e Construção, com 13,9%; e Alimentação/Food service, com 12,8%. 

Formatos home based e virtual se destacam

A pesquisa da ABF registrou, ainda, um avanço das operações nos formatos mais enxutos, de menor investimento. Enquanto em 2020, as franquias home based representavam 7,1% do total das unidades das redes pesquisadas, no ano seguinte eram 10,3% e em 2022 subiram para 14,8%.

Já o modelo virtual, que aparece pela primeira vez no levantamento, representa 0,8% das operações. As unidades localizadas em pontos comerciais menos tradicionais, classificados como Outros, também ampliaram sua participação, saltando de 3,1% para 8,2% e 8,7% entre 2020 e 2022. 

“Este é um fenômeno interessante, pois mostra a flexibilidade e criatividade do setor. São as franquias se movendo em dois sentidos: chegando mais perto dos consumidores e desenvolvendo modelos de negócio para diferentes perfis de empreendedores. Trata-se, também, de um esforço para ter uma presença cada vez mais forte no online e, isso, de forma colaborativa e em rede. Inclusive, muitas redes têm surgido já com este conceito. Na ABF Franchising Expo, creio que poderemos conhecer ainda mais propostas inovadoras”, explica André.  

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Fonte: assessoria de imprensa

Por Rafael Gmeiner
Editor do site Mundo das Franquias


Agência VitalCom

Rafael Gmeiner

Jornalista, especialista em Produção de Conteúdo e Assessoria de Imprensa. Atualmente é CEO da Agência VitalCom e do site Mundo das Franquias. Há 20 atuando com Jornalismo e Comunicação, conta sua experiência com passagens por jornais impressos, televisão, rádio e sites, e acumula sete anos no segmento de Franquias