Franqueadas de Mogi das Cruzes, Indaiatuba e São Caetano mudaram os rumos profissionais e se tornaram donas do próprio negócio
Nos últimos anos, as mulheres vêm quebrando barreiras e conquistando o mundo dos negócios, que por tempos foi majoritariamente composto por homens. Hoje, elas representam 48% dos empreendedores do Brasil, conforme dados do Sebrae e da Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM).
Para a advogada especializada em Franchising, Thaís Kurita, quem deseja empreender deve ficar atenta a alguns fatores, como o segmento pretendido e a experiência que já possui no setor. “Novos empreendedores e empreendedoras podem contar com a transferência de experiência das franqueadoras, que ensinam como trabalhar e já pilotaram o negócio. Esses fatores reduzem a probabilidade de dar errado”, observa.
Outra vantagem apontada pela advogada é que as franqueadoras têm uma série de fornecedores homologados, bem como investem em inovação. “As redes têm a capacidade de pensar lá na frente, porque têm estrutura para isso. E o empresário individual tem muitas coisas para se preocupar, então, é muito mais difícil inovar, enfrentar a concorrência, vender, comprar. É muita atividade para uma única pessoa”, alerta.
E neste caminho das mulheres se tornarem empreendedoras, muitas delas simplesmente deixaram um trabalho com registro em carteira para investir em seu próprio negócio.
Mogi das Cruzes na rota empreendedora
Este é o caso de Marília Ignez, franqueada da IP School em Mogi das Cruzes, cidade do Alto Tietê, que entrou para o negócio ainda durante a pandemia, a convite do seu amigo Bruno Braga, para ser sócia da unidade.
Com bastante experiência profissional Marília iniciou adolescente no curso técnico de Administração de Empresas, época em qual estagiou em uma pequena fábrica. Em 2013 se formou no ensino superior, também em Administração, e esteve em empregos em grandes empresas, multinacionais, escritórios de advocacia entre outras, e sempre no setor financeiro.
“Chegou um momento em que eu decidi que não queria mais trabalhar para os outros. Como estava atuando com a venda de maquiagens, fui me aprimorando e fiz cursos. Comecei a trabalhar fazendo maquiagens e estava dando certo, tinha mês que eu ficava todos os finais de semana com a agenda lotada”, relembra a empreendedora.
Mas, veio a pandemia e as clientes de maquiagem sumiram. Além disso, Marília desenvolveu um cisto no punho, doença ocupacional causada justamente pelos movimentos repetitivos da profissão de maquiadora. Novamente, Marília se viu desejando mudar os rumos de sua vida profissional.
Foi nessa época Bruno fez o convite para a sociedade. Sem entender muito da área, mas com experiência em atividades administrativas e gerenciais, ela topou o desafio. “Eu e o Bruno nos entendemos muito bem. Então, ele está na escola mais nos dias de reunião e nós tomamos as decisões juntos”, afirma.
O começo da atividade não foi fácil, porque era o começo da pandemia e 50% dos alunos cancelaram seus cursos, alguns por perderem seus empregos, outros por medo do futuro financeiro e, ainda, alguns por não aceitarem a migração das aulas presenciais para virtuais.
“A IP School já atuava com aulas virtuais e isso fez com que perdêssemos apenas 50% dos alunos. Se não tivéssemos implantado o ensino híbrido antes da pandemia, esse número seria assustadoramente maior”, comenta Marília.
Com muito trabalho junto a empresas e pessoas físicas, os sócios recuperaram alunos e conquistaram novas frentes. A unidade de Mogi foi a primeira franquia da IP School e é uma escola física. Hoje, os alunos escolhem entre aulas presenciais ou virtuais.
O interior paulista é um destino muito escolhido
Em Indaiatuba, interior de São Paulo, a franqueada da Dr. Shape, Carolina Amorim, tinha o sonho em trocar uma cidade grande pelo interior, com mais tranquilidade para ela e para o marido Carlos Alberto dos Santos. Mas, a vida profissional os manteve na capital paulista até 2019.
“Nossa história de empreendedorismo começou em 2013, quando perdi meu emprego. Sou formada em Administração de Empresas, então, abri uma franquia de cafeteria, que o Carlos me ajudava a tocar, já que ele tinha um emprego. Em 2015, foi a vez de ele ficar desempregado e decidir entrar de cabeça no empreendedorismo, mas estávamos cansados do ramo de Alimentação e procuramos outra opção, ainda no Franchising”, relembra Carolina.
Eles conheceram a Dr. Shape e, por acreditarem no potencial do ramo de suplementos alimentares e artigos esportivos, abriram uma loja na cidade de São Paulo, em 2017. “Pilotamos a loja por dois anos, mas aquela vontade de morar no interior falava mais alto. Então, escolhemos Indaiatuba, repassamos a loja de São Paulo e abrimos uma lá”, conta a franqueada.
O que Carolina não sabia é que a adaptação à nova cidade não seria fácil. “É impressionante como, mesmo numa cidade grande, existe uma desconfiança do varejista que não é da cidade. Passamos por um período difícil, primeiro porque a loja foi inaugurada no começo da pandemia, depois porque o público não nos aceitou, imediatamente, preferindo comprar com a concorrência, mesmo que oferecêssemos muito mais benefícios”.
A estratégia de Carolina, então, foi a de investir em atendimento personalizado. “Eu e o Carlos não temos funcionários. Então, somos nós que atendemos os clientes, seja de forma presencial ou virtual. E nos esforçamos para suprir todas as necessidades deles. Estudamos muito sobre suplementação, participamos ativamente dos treinamentos oferecidos pela franqueadora, deixamos o cliente bem à vontade e percebemos que, com essas atitudes, até aquela pessoa que chega um pouco acanhada, logo se sente acolhida. E esse relacionamento também acontece por Whatsapp, porque os clientes têm um canal aberto de comunicação para entrarem em contato a qualquer momento”, afirma.
A estratégia deu certo e, atualmente, a loja é uma das que possui maior destaque em toda a rede.
Novos rumos no ABC Paulista
Karina Gonçalo Pereira, franqueada Le Briju em São Caetano, no ABC Paulista, tem uma história muito parecida. Após trabalhar por quase 11 anos como supervisora de SAC de uma grande editora de revistas, ela foi desligada da empresa e, em agosto de 2020, planejou ficar por um tempo em casa. “Mas, eu sempre trabalhei e não estava mais aguentando ficar parada”, conta.
Em meio à pandemia, começou a vender bijuterias pela internet. “Eu sempre gostei muito de bijuterias e estava querendo trabalhar em um negócio próprio. Conheci a Le Briju nessa época e ela atendeu tudo o que eu buscava, trazendo a confiança para investir, porque desde a nossa primeira conversa eu fui muito bem orientada e, depois, recebi treinamentos e isso me deixou muito empolgada”, comenta a franqueada.
A unidade de São Caetano é a primeira franqueada da Le Briju sendo inaugurada em dezembro. A loja vai muito bem e supera as expectativas de faturamento. “Não tem como dizer que não dá um frio na barriga ao entrar um novo ramo, trabalhar como algo totalmente diferente para mim, o público presencial. Mas, todo esse suporte que a Le Briju me dá desde o início é o que me faz acreditar e foi o que me fez querer fechar o negócio”, completa.
Fonte: assessoria de imprensa
Por Rafael Gmeiner
Editor do site Mundo das Franquias