Franchising, o fiel da balança na Economia do Brasil

Franchising, o fiel da balança na Economia do Brasil

Gerador de negócios, de empregos e de diversas oportunidades, o setor de franquias pode ser positivo nas políticas de juros ajudando no equilíbrio econômico

O setor de Franquias já vem há alguns anos sendo um dos principais pilares dos negócios, uma vez que oferece aos empreendedores oportunidades de investimentos mais seguras e, em muitos casos, mais rentáveis.

O sistema do Franchising propõe empreendimentos testados e estruturados para terem sucesso, ao passo que os franqueados das redes façam, de verdade, seus trabalhos como gestores e administrem suas unidades no dia a dia, com a premissa de que é o olho do dono que engorda o gado. Sendo assim, o lucro é consequência concreta. E evidentemente que, se uma pessoa aplica seus investimentos no setor sem se importar em gerir a empresa, certamente que o percentual de fracasso se torna mais elevado.

Contudo, no geral, a parcela de empreendedores que não conquistam resultados positivos nesta jornada é bem mais baixa do que aqueles que triunfam. Ainda mais, porque as operações em cadeia das franquias solidificam os segmentos e, consequentemente, todo o setor, conforme comentou o presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchisng), André Friedheim.

“O Franchising permite que o empreendedor trabalhe em rede, de forma colaborativa, adotando soluções inovadoras; identificando tendências, novos formatos e criando canais próprios de vendas”, afirmou.

O trunfo do franchising

Para o franqueador o setor de franquias possibilita uma rápida expansão e faturamento mais acentuado por meio dos franqueados, que investem em uma determinada marca já estabelecida, que por outro lado não precisam arcar com maiores custos de empreender sozinhos.

Uma rede de franquia dispõe de estudos de mercado e de localização para saber se vale a pena ou não, e onde instalar suas unidades, algo que por si só, para um empreendedor, ainda mais se for novato, é difícil e custoso.

Isso, combinado com o fato de possuir uma estrutura bem-organizada, faz com que o setor seja realmente promissor.

O passar dos anos, especialmente neste momento pandêmico que vivemos, fez o Franchising despontar ainda mais. A adaptação da área pela ocasião oportunizou novos modelos e formatos de negócios que passaram a englobar ainda mais pessoas, e não apenas quem tem dinheiro para investir em um negócio próprio.

E isso, como ponto base, vem transformando os negócios de franquias como escapes da falta de rendimento para muitas pessoas e famílias, tornando o Franchising um fiel da balança na Economia brasileira.

Bilhões de reais em faturamento

Lamartine Dourado Cavalcante, economista

Segundo dados recentes divulgados pela ABF, o setor manteve sua recuperação no 3º trimestre de 2021, ultrapassando os níveis pré-pandemia. Nos meses de julho, agosto e setembro de 2019 o faturamento do Franchising foi de R$ 47,203 bilhões, já no mesmo período deste ano, a receita registrada foi de R$ 47,385 bilhões.

Com tal rentabilidade é possível dizer que o setor de franquias pode ser um dos equilíbrios econômicos do País?

Segundo o economista Lamartine Dourado Cavalcante, sim. “O setor de franquias tem grande importância no cenário econômico pois, por meio de suas atividades, gera mais empregos, mais consumo, mais impostos, bem como oferece mais retorno financeiro para todos os envolvidos. Assim, o conjunto de opções positivas contribui para compor itens importantes na cadeia produtiva que, consequentemente, refletem na balança comercial brasileira, que também constituem o PIB (Produto Interno Bruto)”, afirma.

Neste sentido, o mercado também cria e desenvolve novos empresários que são importantes elos nesta composição.

“O tripé da subsistência (formado por perda do emprego, indenização e recomposição financeira) pode significar empreendedorismo forçado, porque deriva de uma circunstância não prevista, mas que reflete no cenário econômico. Ainda há outras variáveis como a democratização do mercado de franquias, com regras mais flexíveis, que permitem um número maior de decisões pelo setor de franquias. Desta maneira, há uma tendência de crescimento constante, resguardadas as devidas cautelas em relação ao capital investido, ramos de atividade, público-alvo e, também, região de instalação”, cometa Lamartine.

De acordo com André Friedheim, o crescimento nestes quesitos foram substanciais. “O setor gerou mais de 120 mil postos de trabalho diretos, mostrando a importância das franquias nesta área, principalmente para jovens. Com acesso mais fácil a crédito, menos burocracia e um sistema tributário mais equilibrado, estou seguro de que o setor poderia gerar ainda mais vagas, tendo um peso ainda maior na retomada da economia”, pondera.

Porém, como não existe apenas um setor produtivo no Brasil, o economista esclarece que a composição dos juros não está diretamente ligada ao Franchising, mas faz um alerta.

“A relação de interferência do setor pode ser analisada de forma indireta, pois crescimento e faturamento não são determinantes dentro da política de juros do Banco Central. No entanto, também não podem se desprezadas nas análises e projeções do COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central). Uma das avaliações que se faz para uma orientação da taxa de juros é o fluxo de capital e sua capacidade de influenciar o crescimento de preços, bem como a possível geração de inflação decorrente desse movimento. Dessa maneira, é recomendável muita atenção aos reflexos de crescimento do setor de franquias e suas vertentes de resultados, mesmo diante de constatações”, alerta Lamartine.

Mas no final, Dourado concorda que o mercado de franquias pode, com todos estes dados, harmonizar a Economia nacional.

“Preservando a importância da política de juros no cenário econômico e, consequentemente, refletindo no Franchising, é possível destacar, e não afirmar categoricamente, a relevância do setor no conjunto de componentes que podem determinar os rumos da política de juros”, finaliza o economista.

Por Rafael Gmeiner
Editor do site Mundo das Franquias

 


 

Agência VitalCom
Rafael Gmeiner

Rafael Gmeiner

Jornalista, especialista em Produção de Conteúdo e Assessoria de Imprensa. Atualmente é CEO da Agência VitalCom e do site Mundo das Franquias. Há 20 atuando com Jornalismo e Comunicação, conta sua experiência com passagens por jornais impressos, televisão, rádio e sites, e acumula sete anos no segmento de Franquias