Tendência aponta recuperação do setor de Franquias no 2º semestre

Franquias sem ciladas

Em entrevista exclusiva, presidente da ABF adianta que a queda de faturamento foi menor em junho e que os próximos meses têm previsão promissora de melhoria e aponta a importância do uso de tecnologias

A maior preocupação dos empresários e empreendedores por todo o País tem sido a recuperação dos negócios, já que, mesmo ainda em meio à pandemia do novo coronavírus, a tentativa dos órgãos públicos federal, estaduais e municipais, é a volta à ativa da economia.

O setor de franquias, mesmo sendo o mais forte e sempre superando crises econômicas nacionais, desta vez sentiu o impacto. Porém, mesmo com isso, foi um dos que menos sofreu e tem previsões realmente positivas de retomada já para este segundo semestre.

Pensando em acompanhar constantemente os reflexos da Covid-19, a ABF (Associação Brasileira de Franchising), em parceria com a AGP, empresa de pesquisas de negócios, passou a medir mensalmente o desempenho do setor de franquias no Brasil e, em sua segunda edição, com dados relativos ao mês de maio, já mostra menor queda no faturamento das redes. A comparação realizada com o mesmo período do ano passado apontou perda mais baixa, 41%, e uma leve desaceleração em relação a abril, que registrou 48,2%.

Os nichos de Saúde, Beleza e Bem-Estar, Serviços e Outros Negócios, e Serviços Educacionais apresentaram, em maio, menos da metade da queda média do setor. Já Entretenimento e Lazer, e Turismo e Hotelaria continuam ainda sendo os mais afetados.

Com isso, e considerando o desempenho do segmento no 1º semestre, a ABF espera que a redução de perdas no Franchising continue nos próximos meses, já que a economia tem voltado de forma gradual.

André Friedheim - Presidente ABF
André Friedheim, presidente ABF

O presidente da ABF, André Friedheim, comentou sobre o que os empresários e empreendedores do setor podem esperar daqui por diante. “Nos próximos seis meses, nossa expectativa é que, primeiro, haja uma estabilização, que depende das incertezas do momento. Com isso, esperamos que a questão das restrições ao comércio de rua e dos shoppings esteja mais consolidada e assimilada pela população e que o tráfego de pessoas vá se recuperando lentamente, assim como os hábitos de consumo. O desejo de compra reprimido é muito grande e não apenas em Alimentação e Turismo, mas também em outras áreas. Entendemos também que, assim como em outros momentos em que o mercado de trabalho passou por dificuldades, o franchising deve receber profissionais em busca de alternativas de renda, gerando novas oportunidades de negócios formais”, comenta.

Apesar de ainda não terem dados consolidados referentes ao mês de junho, André foi otimista quanto a melhoria gradual do setor a partir de agora. “O estudo de junho está sendo finalizado, mas posso adiantar que a queda foi consideravelmente menor, apontando uma tendência de recuperação gradual nos próximos meses. Por isso prevemos, também, uma volta ao positivo em 2021. Mas já sabemos que o segundo semestre de 2020 será bem melhor”, afirma o presidente da associação.

Para fortalecer o setor de franquias em 2021, André Friedheim é categórico ao direcionar o segmento para as tecnologias, como ponto fundamental. “Entendo que o setor tenha duas agendar paralelas. A primeira é manter o negócio vivo e operando, na qual a administração de caixa, busca de fontes de financiamento e novos canais de venda são os focos principais. E a segunda, que já estava posta mesmo antes da pandemia, é a inovação. Mais do que nunca ficou provado que é vital digitalizar os negócios e inovar a fim de manter os custos sob controle, se diferenciar da concorrência e atrair o consumidor. Enquanto representante do setor, apoio as redes em ambas as frentes e vamos lançar em breve uma feira digital de franquias em formato inovador, ou seja, queremos ser um agente catalizador da retomada da expansão das redes nos próximos meses”, adianta.  

Além das pesquisas de desempenho do setor em meio à pandemia, a ABF segue com seu planejamento de apoio às redes e franqueados. “Reforçamos, inicialmente, a importância das medidas de prevenção, tanto que muitas redes adotaram, assim como a própria ABF, o trabalho remoto. Digitalizamos grande parte de nossas atividades, promovendo webinars semanais, com temas relevantes para o setor e mesas virtuais frequentes para franqueadores e franqueados trocarem experiências. Além disso, temos como grande prioridade fornecer conteúdos educativos, com o propósito de disseminar ainda mais as melhores práticas do setor nas redes”, comenta André.

Fora isso, a ABF tem apoiado as redes administrativamente e com parcerias para soluções financeiras. “Também estamos articulando com os associados e entidades correlatas uma negociação com shopping centers, locatários de forma geral, bancos, emissores de cartão e o próprio governo, para melhores condições. Uma das nossas principais conquistas foi um convênio com a CAIXA para a concessão de crédito em condições especiais e de forma mais ágil, além de outros produtos financeiros, para associados da ABF. Atuamos fortemente também junto ao Legislativo para a criação de linhas especiais de crédito para pequenas e médias empresas, com destaque para o Pronampe”, finaliza Friedheim.

Por Rafael Gmeiner
Editor do site Mundo das Franquias


Agência VitalCom
Rafael Gmeiner

Rafael Gmeiner

Jornalista, especialista em Produção de Conteúdo e Assessoria de Imprensa. Atualmente é CEO da Agência VitalCom e do site Mundo das Franquias. Há 20 atuando com Jornalismo e Comunicação, conta sua experiência com passagens por jornais impressos, televisão, rádio e sites, e acumula sete anos no segmento de Franquias

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