Rede de beleza registrou crescimento durante a pandemia

Rede de beleza registrou crescimento durante a pandemia

Franquias sem ciladas

Além de vender 13 novas franquias, a Mais Top Estética lucrou 86% com as clínicas em operação, nos primeiros meses do surto do novo coronavírus, por conta das vendas online

Um dos aspectos mais comentados entre empresários tem sido o enfrentamento da crise causada pelo novo coronavírus, onde muitas empresas perderam clientes e faturamento. Mas ainda há exceções nos mercados que podem ser utilizadas como exemplo para que os negócios sigam com mais ânimo.

A Mais Top Estética, rede do interior paulista, registrou crescimento de 86%, com as clínicas em operação, nos primeiros meses da pandemia, e ainda conseguiu vender 13 novas franquias.  

Um dos fundadores da rede falou sobre as ações que levaram a esses números. “Em 2019, dois anos antes do coronavírus, vimos um estudo que indicava que até 2021 quem não vendesse online desapareceria. Imediatamente corremos atrás de ferramentas para viabilizar a venda digital de produtos e serviços. Então, quando surgiu a Covid, já vínhamos com 30% a 40% de vendas digitais”, conta Caio Rodrigues.

Desta forma, quando a crise começou, o maior desafio da franqueadora foi fazer com que os franqueados entendessem a importância de trabalharem suas vendas online. “A rede já sabe que esse braço é vital para o negócio e, assim, o digital passou a responder por 100% das receitas. As franquias recém-inauguradas começaram a vender diretamente online, antes mesmo de abrirem as portas”, diz o empresário.

Para impulsionar as vendas, a franqueadora estabeleceu preços promocionais atrativos e exclusivos para as compras pela internet, onde os clientes puderam escolher sessões de tratamento estético, que só serão realizadas após a volta, com até 60% de desconto. Atualmente, o faturamento da rede vem de serviços. Os produtos respondem por outros 5%.

Uma das soluções da empresa durante este período foi a criação de um pacote de sessões de tratamento estético, na qual com um valor de R$ 290 mensais os clientes da Mais Top têm direito a realizar até três tratamentos ao mesmo tempo nas unidades da rede. “Cerca 95% do faturamento veio dessa ideia. Os tratamentos duram no mínimo três meses, como exemplo, uma depilação masculina completa precisa de pelo menos dez sessões. Ou seja, são pelo menos seis meses de tratamento. Queremos que isso seja o coração do negócio”, comenta Caio.

Segundo o empresário, embora na comparação com meses normais as unidades tenham registrado redução de faturamento entre março e junho, a queda na receita foi proporcional à redução das despesas, como resultado de renegociações com fornecedores e proprietários de imóveis. “Na prática, a margem de lucro ficou um pouco menor. Mas ainda foi possível passarmos por este período com saldo positivo”, afirma.

Esta ação foi fundamental para que a rede pudesse sobreviver, quase ilesa, neste momento complicado. “A gente conseguiu vender mesmo sem poder entregar naquele momento. Mas o consumidor entendeu que era uma oportunidade única de pagar menos pelos serviços. Isso nos garantiu uma receita recorrente durante a crise e, por consequência, uma previsibilidade financeira”, explica o fundador.

Para completar a Mais Top Estética conseguiu reduzir em 50% a jornada dos colaboradores. “Tivemos uma produtividade igual, ou talvez superior, no que se refere à criação de serviços, à organização e à criação de manuais e protocolos de atendimento”, finaliza Caio.

Por Rafael Gmeiner
Editor do site Mundo das Franquias


Agência VitalCom
Rafael Gmeiner

Rafael Gmeiner

Jornalista, especialista em Produção de Conteúdo e Assessoria de Imprensa. Atualmente é CEO da Agência VitalCom e do site Mundo das Franquias. Há 20 atuando com Jornalismo e Comunicação, conta sua experiência com passagens por jornais impressos, televisão, rádio e sites, e acumula sete anos no segmento de Franquias