Multiplique seu dinheiro vestindo o traje das franquias

Artigo: multiplique seu dinheiro vestindo o traje das franquias

Franquias sem ciladas

O novo dress code para multiplicar o capital é o da camisa de mangas arregaçadas, usada por quem empreende e trabalha com o dinheiro para aumentá-lo, como ocorre virtuosamente, há décadas, no setor de franquias

A briga midiática entre o banco Itaú e a corretora XP (da qual o primeiro, desde 2017, detém participação de 49,9% do capital social e 30% do capital votante) ganhou notoriedade em meio à atual crise político-econômica e sanitária, especialmente pela maneira explicitamente irônica e jocosa por meio da qual o referido banco atacou frontalmente corretores de investimento, insinuando ter perdido dinheiro “aquele que em 2019 acreditou mais no coletinho do que em uma carteira diversificada”.

A XP, por sua vez, respondeu à altura, desferindo duros contragolpes, afirmando capturar por dia o equivalente a R﹩ 150 milhões em investimentos migrados do Itaú Personnalité para a XP. “Diante desse número, se fizermos a projeção no tempo, não seria difícil imaginar que o Personnalité, em três anos, pode se extinguir, acabar. Foi diante desse cenário que o Itaú passou a agredir o mercado de capitais, corretoras e agentes autônomos de investimento, para tentar frear a migração de investimentos que só se intensifica”, afirma em um dos contragolpes Guilherme Leal, sócio da XP.

Em verdade, o pano de fundo dessa contenda estampa o quão desinteressantes ou altamente arriscadas passaram a ser as opções existentes para investidores, quer falemos do Tesouro Direto, quer falemos de fundos, especialmente após a redução da taxa básica de juros (Selic) ao patamar histórico, da altura de um rodapé, de apenas 2,25%, e da instabilidade política em meio à pandemia que assola o país.

Diante de tais circunstâncias, quem realmente deseja ver o dinheiro se multiplicar precisa começar deixar de lado o paletó (que pode simbolizar a vestimenta tipicamente bancária, mais tradicional, portanto) e o colete (que simboliza o traje usado por corretores de investimento), pois será preciso muito trabalho e suor para conseguir ver o capital render de verdade no Brasil de hoje. Assim sendo, o novo dress code para multiplicar o capital é o da camisa de mangas arregaçadas, usada por quem empreende e trabalha com o dinheiro para aumentá-lo, como ocorre virtuosamente, há décadas, no setor de franquias.

Conhecida como uma opção de negócio menos suscetível às crises, porém nem por isso fácil, a franquia configura-se como uma opção de empreendimento que apresenta comportamento econômico-financeiro muito atraente, mesmo nos tempos atuais. 

A título de exemplo, no caso de uma escola de idiomas cuja receita da franquia tenha sido mantida mesmo durante o período de distanciamento social, em razão da transposição e transformação dos cursos presenciais para o ambiente digital (ensino remoto), o resultado do capital investido será incomparável (para melhor) ao do mercado financeiro de hoje. A franquia, com taxa interna de retorno (TIR) média de 25% ao ano, oferece ROI e payback excepcionais, além de generosa margem de lucro que pode variar de 15% a 25% do faturamento.

Todavia, diferentemente de um fundo ou papel do Tesouro Direto, a franquia não pode ser exatamente vista apenas como investimento. De fato, ela se configura como empreendimento e, apesar de tornar-se um ativo com características de investida, será de fato uma empresa, portanto necessitará de gestão.   

Assim, caso você não se intimide diante de trabalho árduo e desafios, e tenha genuíno apetite por fatias maiores de receita, retorno e ganhos financeiros, a franquia pode lhe cair muito bem, feito peça de alfaiataria, e provavelmente irá fazer-lhe engavetar o coletinho justo e pendurar o velho e já folgado paletó.

Eduardo Murin

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Diretor de Expansão da rede de escolas CNA


Agência VitalCom